Suas Palavras

Não é uma receita. Não há lápis, borrachas ou corretivos. Não há listas, e os ingredientes somos nós. Tentei pregar na geladeira, mas você não leria. Quando algo importante deve ser repassado devemos agir. Mas não com bilhetes na porta, as palavras serão nosso artifício. Dizer, repetir. Ecoar em nós, é esse o papel das palavras, deslizar pelos lábios, massagear os ouvidos, carregar a felicidade. Tinta fresca em tela, caneta que não seca no papel, escada que balança, corda bamba. Mas meus pés estão bem seguros no seu abrigo, suas palavras estão pregadas aqui. Eu procurei na geladeira, perto do telefone, no espelho do banheiro, debaixo dos tapetes, dentro das caixas de sapato velhas, mas elas sempre estiveram aqui. E estavam se movendo, gritando, pedindo, numa súplica constante com gestos de amor. Num momento explosivo em que não há pedidos ou escolhas, finca-se, fixa-se, incorpora-se e faz parte de tudo que eu sou. Não há lados para olhar, não há pedidos a fazer, eu tenho tudo só de ouvir o que tem para dizer. Suas palavras, e a magia que elas projetam em mim. Suas palavra...só suas palavras!

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